Seu autoconceito é o que comanda os sentidos. Então, você decide antes o que quer sentir, e a sensação será sempre compatível com algum traço do autoconceito, pois é assim que você confirma e faz parecer real a sua personalidade.
Se, por exemplo, você tem na base da sua crença a ideia: “eu sou errado”, essa linha de programação manda um comando para os sentidos captarem elementos que possam ser decodificados de maneira que a conclusão seja exatamente essa: eu errei, eu falhei, eu estraguei, eu prejudiquei, eu decepcionei, eu não sirvo, eu não consigo, eu faço tudo errado, eu sou errado e por isso sou culpado. Essa sensação resultado fica reforçando a programação, que gera cada vez mais cenas com esses elementos e sensações, como num looping que faz você ter a certeza de que você realmente é assim mesmo e possui essa característica, porém o que você chama de “sua personalidade” é justamente esse programa que estamos falando, esse conjunto de crenças, conceitos, normas e significados com o qual você se identificou, chamou de EU e agora defende com unhas e dentes e sofre por isso.
Você não é a sua personalidade, não é sua memória, não é as habilidades que você adquiriu durante sua história, não é suas preferências, nem suas escolhas, enfim… você não é o que você pensa, nem a conclusão que você tira sobre as coisas.
Essa é uma ótima notícia, pois o fato de você ser o programador e não o programa é o que torna possível a observação do programa.